A Prefeitura de Tubarão, através de nota, afirmou desconhecer os motivos que levaram os profissionais da saúde protestarem durante a manhã desta segunda-feira, 5 de abril. De acordo com o comunicado, “Tanto o prefeito Joares Ponticelli, quanto o presidente da Fundação Municipal de Saúde, Daisson Trevisol, receberam com surpresa a notícia de manifestação de alguns servidores”.
“Fico um pouco decepcionado em saber pelas redes sociais de um movimento de reivindicação, já que as portas do meu gabinete sempre estiveram abertas para todos os servidores públicos”, disse o prefeito.
À reportagem do Portal Infosul, uma das manifestantes disse que o ato foi para pedir atenção das autoridades. “Estamos trabalhando incansavelmente desde o primeiro dia de pandemia. Já perdemos colegas de trabalho, familiares e amigos para essa doença e, nem isso fez a gente parar. Sabemos da nossa importância e queremos ser valorizados por isso. Não é justo que não sejamos reconhecidos. Nosso psicológico está abalado e estamos desgastados”, declarou a auxiliar de enfermagem que pediu para não ser identificada.
O estopim para os profissionais pode ter sido a aprovação de um Projeto de Lei de autoria do Poder Executivo que cria uma comissão composta por sete membros, com objetivo de coordenar, monitorar, planejar e fiscalizar as ações e medidas de combate à Covid-19. Todos os integrantes serão nomeados pelo prefeito. O presidente dessa comissão, segundo o texto aprovado pelos vereadores da Cidade Azul, terá remuneração de R$ 2.800, enquanto os demais membros R$ 2.400. Atualmente, o salário médio de um técnico de enfermagem, em Tubarão, é de R$ 1.600. Já o salário médio de um enfermeiro é de R$ 2.150.
Votaram contrários ao projeto os vereadores Jean Abreu (PSD), Ritinha (PSD), Felippe Tessamann (PSC), José Luiz Tancredo (MDB) e Thiago Zaboti (PSL).
“Nossa relação com os servidores, especialmente os da Saúde, sempre foi na base do diálogo. Foi assim quando colocamos em dia o PMAQ, que encontramos dois anos atrasado em 2017, foi assim quando promovemos as reposições salariais, ou quando ajustamos o vale-alimentação. Agora, durante a pandemia, estamos nos empenhando para que esses servidores tenham todo o apoio em suas nobres missões e não sejam prejudicados de forma nenhuma, seja nos seus vencimentos, seja nas condições de trabalho, mesmo com algum aumento na jornada, o que pode ocorrer”, finalizou o prefeito Joares Ponticelli, em resposta aos atos de protesto.