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Elas querem a boneca E a bola: Hercílio Luz vai abrir turma exclusiva para meninas

Caio Maximiano

24 de novembro de 2019

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Foto: Thalita Ribeiro

Ao ouvir falar de futebol você certamente irá ligar o tema a uma equipe constituída por homens. Sem julgamentos! 99% dos torcedores e patrocinadores pensam assim. Um cenário constituído há muitos anos a partir de uma cultura enraizada, mas que convenhamos, vem passando por um processo lento de mudança. Talvez a Copa do Mundo feminina deste ano possa ter impactado significativamente na busca pela valorização da mulher no futebol. A própria Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou na última quarta-feira, 20, um calendário exclusivo de competições femininas para 2020: serão pelo menos cinco disputas nacionais, sendo duas na categoria adulta e três de base. De acordo ainda com a divulgação, o objetivo é acelerar o desenvolvimento do futebol feminino no Brasil.

Aqui em Tubarão há ações sendo realizadas para contribuir com esse desenvolvimento. O Hercílio Luz pretende em 2020 montar uma turma na escolinha de futebol só para meninas. O projeto “pequenos leoninos” atende 230 crianças e adolescentes de 5 a 14 anos, dentre estes sete são meninas. Com o projeto pretende-se potencializar a participação feminina no futebol já na base. A Luiza Nunes Guimarães, de 11 anos, é uma das 7 meninas que jogam com a camisa do Hercílio. Antes de entrar na escolinha, um dos receios de sua família era justamente o de vê-la sofrer encarando uma sociedade machista. A mãe, Thalita Ribeiro, conta que desde os 3 anos de idade Luiza já trocava bonecas por bola. Apesar de apoiar sempre a filha, Thalita relata que para defendê-la, pois até familiares tinham preconceitos, ela e o esposo tentaram por vezes fazê-la seguir outro caminho. Chegaram a matriculá-la no balé em 2018, mas a pequena não fez uma única aula. Assim, se renderam a enfrentar os preconceitos e a matricularam na escolinha de futebol.

“Eu particularmente fiquei bem receosa no início. Tinha medo dos julgamentos alheios, medo de como seria tratada pelos meninos, medo de se machucar… Mas as aulas começaram e foi totalmente diferente de tudo que pensamos”, relata Thalita.

Em dias de campeonato e amistosos, Luiza chama a atenção. Não só por ser uma minoria entre o time constituído por meninos, ou por ter um rosto lindo, mas pela sua qualidade técnica. O técnico Samuel Farias, também conhecido como Broa, afirmou que quando surgiu o interesse de meninas se matricularem na escolinha, havia um medo também por parte do projeto. “Ficamos preocupados de como seria a aceitação dos meninos. Contudo, naturalmente, talvez pela forma de trabalharmos pensando sempre na igualdade, não temos discriminação”, conta.

E é assim que Luiza se sente, a vontade em campo. “Para mim é normal jogar com os meninos. Não me vejo sendo tratada de forma diferente. Me chama a atenção nos amistosos e campeonatos, a forma como os outros pais me observam. Até torcem por mim… ganhei até um apelido, sou chamada de “Martinha””, fala a pequena jogadora.

A partir do ano que vem Luiza poderá se juntar a uma turma exclusiva para meninas. A mãe, Thalita, está empolgada com a ideia. “Nós mulheres buscamos tanto o nosso espaço… E o futebol, infelizmente ainda é um cenário muito machista. Mas eu acredito que com pequenas (porém aos meus olhos, grandes) mudanças, conseguiremos. Me orgulho do meu clube do coração ter essa preocupação social, em montar uma base feminina”.

Saiba como participar do projeto

Meninas de 9 a 13 anos poderão matricular-se para participar da turma exclusiva feminina. Para mais informações entre em contato com o Broa, através do telefone (48) 99637-4000.

Participe do nosso grupo de WhatsApp: https://chat.whatsapp.com/IXhqnkE5fa30TJd1Yu8IW7

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Ao ouvir falar de futebol você certamente irá ligar o tema a uma equipe constituída por homens. Sem julgamentos! 99% dos torcedores e patrocinadores pensam assim. Um cenário constituído há muitos anos a partir de uma cultura enraizada, mas que convenhamos, vem passando por um processo lento de mudança. Talvez a Copa do Mundo feminina deste ano possa ter impactado significativamente na busca pela valorização da mulher no futebol. A própria Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou na última quarta-feira, 20, um calendário exclusivo de competições femininas para 2020: serão pelo menos cinco disputas nacionais, sendo duas na categoria adulta e três de base. De acordo ainda com a divulgação, o objetivo é acelerar o desenvolvimento do futebol feminino no Brasil.

Aqui em Tubarão há ações sendo realizadas para contribuir com esse desenvolvimento. O Hercílio Luz pretende em 2020 montar uma turma na escolinha de futebol só para meninas. O projeto “pequenos leoninos” atende 230 crianças e adolescentes de 5 a 14 anos, dentre estes sete são meninas. Com o projeto pretende-se potencializar a participação feminina no futebol já na base. A Luiza Nunes Guimarães, de 11 anos, é uma das 7 meninas que jogam com a camisa do Hercílio. Antes de entrar na escolinha, um dos receios de sua família era justamente o de vê-la sofrer encarando uma sociedade machista. A mãe, Thalita Ribeiro, conta que desde os 3 anos de idade Luiza já trocava bonecas por bola. Apesar de apoiar sempre a filha, Thalita relata que para defendê-la, pois até familiares tinham preconceitos, ela e o esposo tentaram por vezes fazê-la seguir outro caminho. Chegaram a matriculá-la no balé em 2018, mas a pequena não fez uma única aula. Assim, se renderam a enfrentar os preconceitos e a matricularam na escolinha de futebol.

“Eu particularmente fiquei bem receosa no início. Tinha medo dos julgamentos alheios, medo de como seria tratada pelos meninos, medo de se machucar… Mas as aulas começaram e foi totalmente diferente de tudo que pensamos”, relata Thalita.

Em dias de campeonato e amistosos, Luiza chama a atenção. Não só por ser uma minoria entre o time constituído por meninos, ou por ter um rosto lindo, mas pela sua qualidade técnica. O técnico Samuel Farias, também conhecido como Broa, afirmou que quando surgiu o interesse de meninas se matricularem na escolinha, havia um medo também por parte do projeto. “Ficamos preocupados de como seria a aceitação dos meninos. Contudo, naturalmente, talvez pela forma de trabalharmos pensando sempre na igualdade, não temos discriminação”, conta.

E é assim que Luiza se sente, a vontade em campo. “Para mim é normal jogar com os meninos. Não me vejo sendo tratada de forma diferente. Me chama a atenção nos amistosos e campeonatos, a forma como os outros pais me observam. Até torcem por mim… ganhei até um apelido, sou chamada de “Martinha””, fala a pequena jogadora.

A partir do ano que vem Luiza poderá se juntar a uma turma exclusiva para meninas. A mãe, Thalita, está empolgada com a ideia. “Nós mulheres buscamos tanto o nosso espaço… E o futebol, infelizmente ainda é um cenário muito machista. Mas eu acredito que com pequenas (porém aos meus olhos, grandes) mudanças, conseguiremos. Me orgulho do meu clube do coração ter essa preocupação social, em montar uma base feminina”.

Saiba como participar do projeto

Meninas de 9 a 13 anos poderão matricular-se para participar da turma exclusiva feminina. Para mais informações entre em contato com o Broa, através do telefone (48) 99637-4000.

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