A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Ponte Hercílio Luz, instalada em fevereiro na Assembleia Legislativa, recebeu o ex-governador Raimundo Colombo ontem, 29. A comissão tem os deputados Marcos Vieira (PSDB) e Bruno Souza (sem partido), respectivamente na presidência e na relatoria.
Depois de uma rápida explanação, Colombo respondeu à série de perguntas feitas por Souza. Todas com o objetivo de definir se foram acertadas as decisões do governo passado de encerrar contratos por conta de incompetência da empresa contratada para o serviço ou por atrasos sem explicações. Se as condições eram estas, Souza queria saber por que não houve uma reação mais imediata do governo.
De acordo com as respostas do Colombo, todos os cuidados jurídicos foram tomados para que não restassem passivos jurídicos. “O Estado rompeu o contrato e ainda inabilitou a empresa. Isso é muito sério. Rompemos esses contratos, todos sem um centavo de passivo”, esclareceu Raimundo Colombo.
Sem se dar por satisfeito, Souza voltou à carga: “O rompimento foi na hora certa?” Raimundo Colombo respondeu de bate-pronto, provocando risos: “No momento possível. Não deveria nem ter sido contratada.”
Ao longo de seu depoimento, que durou cerca de uma hora, o ex-governador listou uma série de dificuldades que levaram ao atraso para a reabertura da ponte. Desde invasão de área no entorno de um pilar que estava comprometido, o que exigiu ação pela via judicial que levou sete meses para ser vencida, até a falta de recursos em alguns momentos, passando pela própria complexidade da obra.
“Não é uma simples recuperação. É a restauração de um patrimônio.” O ex-governador concluiu que todos os procedimentos levaram ao sucesso. “Tanto que a ponte está pronta para ser entregue.”
O deputado Bruno Souza fez uma série de questionamentos dentro do contexto da CPI da Ponte Hercílio Luz, com base em documentos e matérias de jornais. Insistiu bastante no que expressou como demora por parte do governo de encerrar o contrato com empresas que tinham produção muito abaixo do esperado e do projetado.
Souza perguntou sobre aditivos, sobre datas e, ao final, disse estar satisfeito com o resultado. “Foi importante para ouvir sobre decisões de governo. É uma peça a mais que se junta ao nosso relatório, que será entregue no dia 2 de dezembro. As informações que o chefe do Executivo à época trouxe ajudam a construir a nossa tese para possamos chegar na verdade dos fatos.”